5 verdades sobre diabetes
novembro 14, 2020
Outro dia, eu falei aqui no blog sobre 5 mitos do diabetes. Se você perdeu, clica aqui pra conferir, você pode se surpreender com os mitos.
Hoje eu quero falar sobre as verdades sobre o diabetes. Algumas são duras, daquelas que só a endocrinologista fala com a gente, outras são verdades que as pessoas pensam serem mitos, mas essas verdades são coisas do dia-a-dia, que só um diabético passa.
Contei sobre 5 dessas verdades, apesar que eu poderia falar sobre 500,
facilmente. Mas assim o texto ficaria extremamente longo, não acham?! hahaha
1. As injeções de insulina não são tão dolorosas assim
É isso mesmo. Hoje em dia, as agulhas são muito pequenas e bem fininhas.
Lembro da época que eu usava caneta de insulina, a menor agulha que eu comprava
tinha 4 milímetros. Claro, sente-se uma picadinha, porque afinal de contas a
pele não está anestesiada ou adormecida. Mas DOR, não. Dor é outra coisa. Dor a
gente sente quando recebe uma injeção de benzetacil. A grande questão é que
fica desconfortável receber essas picadinhas várias vezes ao dia. E às vezes, a
gente acerta um vasinho sanguíneo pelo caminho ou acerta o músculo, aí sim essas
aplicações doem. Mas de uma forma geral, injeções de insulina não doem. Como eu
disse, é uma sensação de desconforto aplicar todos os dias, sentir a picadinha
todos os dias, mas não é uma dor insuportável que a gente tenha vontade de
chorar ou de sumir.
2. Diabetes não tem cura
Verdade nua e crua e isso me assombrou por muito tempo. Depois que a
gente aprende a conviver bem com o diabetes, a se cuidar melhor, a questão da
cura é amenizada. Claro que eu queria uma cura, o diabetes não é um troféu para
mim e tem dias muito difíceis, então sim, a cura cairia muito bem! Entretanto,
ela ainda não existe. Há pouco tempo, surgiu na internet uma conversa que a BCG
seria a vacina da cura do diabetes. Várias pessoas me marcaram em matérias no Facebook, mas é aquela velha verdade: as pessoas não leem. Elas acreditam
cegamente em títulos que são verdadeiros anzóis e, ao procurar informações
sobre isso, vi que existe um estudo em andamento nos Estados Unidos e a FCA
aprovou a continuidade da pesquisa. Mas não creio que a cura chegue de forma
imediata, até porque essas etapas de estudos duram anos, depois tem a fase de
patente, de comercialização, enfim. A verdade é que a cura ainda não chegou
para nós.
3. O tratamento é individual
Quando as pessoas descobrem que sou diabética, elas resumem minha vida
a: “ah, é só tomar insulina e não comer doces, né?”. Se fosse tão simples
assim, minha vida seria linda! Porém, o tratamento é completamente individual.
Não é porque a bomba de insulina deu certo para mim que ela dará certo para
outro diabético, não é porque eu uso a insulina Humalog que todos os outros
diabéticos também tem que usar, e por aí vai. O que quero dizer é que cada um
reage de uma forma à insulina, cada corpo tem uma relação insulina-carboidrato
diferente. O meu próprio corpo tem essa variação (tenho mais resistência à
insulina à noite) imagina como é diferente de uma pessoa para outra?
4. Você pode ter uma hipoglicemia durante o sexo
Ninguém te contou, mas se você é diabético, cedo ou tarde isso vai
acontecer. A atividade física tende a baixar a glicemia, e quando eu falo
“atividade física” não é só academia não, na hora H gasta-se muitas calorias,
existe o esforço físico. Por isso, se a glicemia já estiver com tendência a
baixar, se estiver há muito tempo sem comer ou qualquer um dos vários cenários
que antecedem uma hipo, pode acontecer sim. Cada corpo reage de uma forma então
é bom ficar atento.
5. É possível viver bem com diabetes
É possível ter uma vida normal com diabetes. Independente do que é
normal para você. Se normal é ter um emprego, ir a festas, estudar. Sim, dá
para ter uma vida normal desse jeito. Se normal é o contrário: ficar em casa
com a família e amigos ou viajar pra qualquer lugar. Também dá para ser assim.
Quer fazer atividade de alto impacto, ser atleta? Também pode! Não existe um
padrão de vida normal, existe a vida que cada um quer ter, quer viver, e não
importa qual ela seja, o diabetes não nos impede de conquistar tudo isso!
Precisa de foco, de disciplina, mas toda meta precisa. O primeiro passo é
trabalhar a aceitação do diabetes na nossa vida e assim, as coisas fluem, as
obrigações do tratamento como aplicar insulina, contar carboidrato e tudo isso,
fica mais leve. Diabéticos que se cuidam são super saudáveis, fisicamente e
mentalmente!
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